É de vidro prateado a lâmpada, porém jateada com uma tinta azul em várias demãos. Quando acesa, apenas um matiz de céu se mostra.
Sente-se cômoda, sem atrair olhares para si, apenas fazendo parte da paisagem. Assim, faz o que mais lhe apraz: observa.
Desde cedo, chamara-lhe a atenção dois seres, sempre a discutir com palavras sem sons. Diametralmente opostos, opondo-se a todo momento.
Ele, através de atos, conforme fora treinado, combate o que não está em seus planos, retalhando com o fio de sua espada e exibindo seu tom vermelho-sangue. Não pode titubear, sempre alerta, protegido por grossas armaduras ancestrais.
Ela, expressa repulsa frente à violência das imagens produzidas num voltear de lâminas. O pavor imobilizado em sua face maquiada de branco. Sob as vestes sobrepostas em camadas, procura mover-se com graça e leveza, como se não fossem amarras.
Por menos que pareçam, pertencem ao mesmo grupo. O samurai e a gueixa. O vermelho e o branco. Como animus e anima, complementam-se, moldando uma forma palpável, a partir de um manual a direcionar ações e inações, em quê acreditar ou não.
A deusa não compreende essa língua. Observa apenas. Diverte-se, mimetizando-se em árvores, em pedras... Pisoteada, fazendo-se como aquelas do caminho, aprende a ter cautela.
Ocorre-lhe que talvez já conheça as regras, a indiferença, o desamor vigentes. Com tão pouca luz, não consegue ler o que está escrito em seu livro da vida, se é que exista algum.
Por sorte, ou capricho do destino, veio acompanhada por um escriba competente, da tribo dos amarelos, que anota, traduz os códigos incompreensíveis.
Através dele, descobre sua vocação anárquica e dá os primeiros passos para uma maior compreensão de si mesma, enquanto tênue luz sob o sol.
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Aqui, falo um pouco das energias que ocupam meus chakras principais (energias atômicas) no estudo da Cosmologia Energética: o vermelho do umbilical, o branco do cardíaco, o prata do 3º olho e o amarelo do coronário.
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