Terratenientes.
Aprendi essa palavra ao mesmo tempo em que seu significado se transformava dentro de mim. O modo como os companheiros mais antigos do grupo a pronunciavam sinalizava que era muito diferente daquele que eu considerava até então.
No lugar de onde vim, era...É... um valor importante. Possuir terras, possuir algo. Ser dono.
Observando do topo da montanha, com visão mais ampla, pude ver os danos provocados pelos supostos donos fazendo doer parte do meu próprio corpo. Cada um tentando extrair o máximo de suas posses.
Quem é dono do que? A pergunta não quer calar.
No meio do intelecto, existem os donos das ideias e do saber. Como irmãos brigando pela herança, engalfinham-se supostos detentores, exigindo honrarias de rodapé.
Convivendo com verdadeiros sábios, vejo como a sabedoria é simples... Está nas mãos calejadas do caipira, nos olhos da criança, na voz que a profere sob forma de palavras...
Ela brota do coração e a sentimos verdadeira. Unificamo-nos nela, como um só ser.
Juntando isso ao que aprendi com os índios, ensaio uma resposta, definitiva por agora: somos todos donos de tudo!
Somos o tudo! O tudo é nós!
(ressalva: tudo com t minúsculo, um t de terráqueo. Porque Tudo ainda falta alcançar).
Adendo em 28/04/2013
Já estava por retirar este post, pelas múltiplas facetas que tocam o egoismo, do qual tento fugir. Mas recebi hoje um alento através da leitura do sumário que Hinduism Today me envia diariamente:
"Aprenda a fazer seu o mundo inteiro. Ninguém é um estranho, minha criança, o mundo inteiro é seu"
-- Sri Sarada Devi (1853-1920) esposa de Sri Ramakrishna