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Retorno a um mundo de sonhos, marcado em minha memória com a pureza das coisas essenciais.
Acima, as estrelas. Algumas riscam o céu em movimento mais rápido, porém tão fugidias quanto a lua, que quebra com um sorriso luminoso o negro profundo. Luz e sombra de todos os tempos.
No escuro do pequeno cômodo, tenho à mão dois palitos, como nos primórdios da história do fogo, para acender a vela. Disponho também de uma lanterna avançada, que funciona sem pilhas, apenas sob a fricção de uma alavanca - símbolo do trajeto do homem para fora e de volta à essência.
Preparo-me para a viagem ao mundo dos novos sonhos, tentando, sem sucesso, apagar as luzes da mente. Preciso entender o que sinto a partir do confronto entre a realidade e o sonho de outrora.
Antes de prosseguir, saio para contemplar novamente a visão perfeita de luz e sombra estampada sobre a minha cabeça.
Retorno ao quarto. Apenas a lanterna a iluminar enquanto escrevo.
A luz maior não tardará a chegar.
Deslumbrante.
Não menos, não mais que a noite coalhada de estrelas.
Luz e sombra primordiais.
Faço um esforço para buscá-las nas manifestações humanas. Em cada ação, aparentemente inútil, sem sentido. Nas palavras que abraçam, alternadamente, luz e escuridão.
Quando a luz se vai, aciono, repetidamente, a alavanca da lanterna.
Fuera del Tiempo |
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