Emerging, de Thomas Dodd |
Na retrospectiva, ela pode reconhecer a sua história em muitos dos personagens que, ora irritada, ora perplexa, observa ao seu redor, girando presos feito elos de uma imensa e pesada corrente. Como se adivinhasse, ouve as vozes que os impelem. São familiares, pois soaram dentro dela por tanto tempo!
Faz um esforço para ver beleza nessas tentativas de galgar as escadas do poder, do sucesso material. Parece que as vozes são respostas às perguntas, aos anseios de cada um. Está tudo certo! Como seres humanos, temos muitos níveis a satisfazer, constata.
Ela já fora de obedecer apenas aos seus instintos. De agir de acordo com eles. Egoísmo, soberba, raiva, indiferença, gula, apego... sua mente afiada costuma superar num passe de mágica, aprontando-se, rapidamente, para o próximo salto.
Agora, porém, algo a faz perceber quando aquilo sobre o que parecia ter saído vitoriosa surge, inesperadamente, de algum canto desconhecido.
Reconhece, atônita, a voz que não fala, não julga, apenas revela.
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