Amar é ser cativo, dizem uns.
Amar é render-se, dizem outros.
Sentindo dentro de si uma vibração que se expande e já não cabe, ela procura uma palavra que expresse a poesia que pulsa dentro de si. Busca definir o indefinível à sua maneira, a partir de sua própria experiência.
Em sua bagagem das vidas vividas e não vividas, encontra as pilhas de papéis que outrora a asfixiaram em seu estado febril: regras, teorias, modelos, mandamentos, leis... Em seu poema, talvez possam ser sintetizados em apenas uma palavra: crosta.
Pensa em respeito... Como tantas outras, é também corruptível ao entrar na lista de exigências. Traz uma imponência.
Muitas dançam ao seu redor, insinuam-se para serem escolhidas. Intui que precisa estar leve para protagonizar o evento que se acerca - tenta descarta-las.
Estranhamente, associa amar ao mar. Investiga se é apenas pela rima. Em seu estudo de sons, viu que cada um provoca um padrão específico. Os sons se despregam das letras, formando imagens... Para ela, a imagem de nadar em alto mar persiste como um desafio, a prova final.
Pela tela mágica, continua a observar o mar, a frequência das ondas. Seu impulso de saltar em águas profundas retido pelo pesadelo de afundar.
Precisa vencer esse medo do desconhecido!
Os pensamentos pesam.
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